O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu nesta terça-feira, 13, que suas tropas não têm munições de alta precisão e drones suficientes e que poderiam ter se preparado melhor para a guerra com a Ucrânia que se aproxima do segundo ano. “Durante a operação militar especial, ficou claro que nos faltavam várias coisas: munições de alta precisão, equipamentos de comunicação, drones… Dispomos deles, mas em quantidade insuficiente, infelizmente”, declarou Putin em uma reunião com correspondentes de guerra russos no Kremlin. O presidente relatou a perda de 54 tanques, “alguns dos quais precisam ser consertados”. Também admitiu que suas tropas russas na Ucrânia não têm munição de alta precisão e drones suficientes. Putin reconheceu que a Rússia poderia ter-se preparado “melhor” para repelir o fogo de artilharia e ataques de drones lançados da Ucrânia contra áreas russas perto da fronteira nas últimas semanas. “Claro que é preciso reforçar a fronteira […] poderíamos ter levado em conta que o inimigo agiria desse modo e poderíamos ter-nos preparado melhor”, afirmou, após algumas incursões e ataques lançados, principalmente, contra a região russa de Belgorod.
Contudo, ao mesmo tempo que fez essas declarações, o líder russo também informou que o Exército ucraniano está sofrendo baixas em massa no âmbito de sua contraofensiva, lançada, segundo ele, em vários setores do “front”. A declaração vem um dia após a Ucrânia afirmar que recuperou sete vilarejos na mais nova contraofensiva que laçou. “Suas baixas se aproximam de um nível que poderíamos classificar de catastrófico”, declarou Putin, durante um encontro com jornalistas que cobrem o conflito, afirmando que as baixas russas “são dez vezes menores”. É a segunda vez desde sexta-feira que o presidente russo diz que seu Exército está repelindo a contraofensiva preparada pela Ucrânia há meses e com apoio de armamento ocidental. Segundo Putin, a Ucrânia lançou esta “contraofensiva em grande escala, utilizando reservas preparadas para este fim”, em 4 de junho, em “vários” setores da frente de batalha. O presidente russo citou dois setores do sul da Ucrânia e um do leste, sem mencionar Bakhmut, onde as forças ucranianas também relataram ações ofensivas que lhes permitiram avançar várias centenas de metros.
“O inimigo não teve sucesso em nenhuma dessas áreas. Sofreu fortes perdas”, metade das quais foram “irreversíveis”, acrescentou. De acordo com Putin, Kiev perdeu “cerca de 25%, ou talvez 30%, dos equipamentos” que os ocidentais forneceram à Ucrânia: 160 tanques e mais de 360 veículos blindados ficaram fora de serviço. Pela primeira vez, Moscou reivindicou, nesta terça, a captura de vários tanques de fabricação alemã Leopard, além de blindados americanos Bradley, equipamentos fornecidos por países ocidentais para ajudar Kiev a contra-atacar e tentar recuperar os territórios ocupados pela Rússia no sul e no leste do país. O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, avisou que não poderá substituir todos os tanques fornecidos por seu país à Ucrânia e que agora estão fora de serviço Na noite de segunda-feira, o governo ucraniano disse que sua ofensiva no sul e no leste da Ucrânia para libertar os territórios ocupados pela Rússia é “difícil”, mas progride, com a recuperação, conforme o Ministério da Defesa, de sete localidades no sul e avanços ao redor de Bakhmut, no leste, destruída após quase um ano de combates.