A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, suspendendo o processo de escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA), abriu uma crise entre o governador Carlos Brandão (PSB) e o grupo político dinista inviabilizando o vice-governador Felipe Camarão (PT) em assumir o comando do governo em 2026.
A Assembleia Legislativa do Maranhão, presidida por Iracema Vale (PSB), abriu edital para a disputa pela vaga de membro da Corte de Contas e o nome do advogado Flávio Costa já tinha o apoio de 30 deputados e do chefe do Palácio dos Leões – sede do governo do Estado.
Diretamente ligado à Flávio Dino, o parlamentar Carlos Lula (PSB) também decidiu concorrer à vaga indo contra a orientação do governador.
A decisão teve o apoio dos colegas de parlamento Rodrigo Lago, Othelino Neto e Júlio Mendonça, todos do PCdoB, iniciando uma oposição velada à Brandão.
Porém, o movimento não teve a aprovação de Felipe Camarão, que também é do grupo dinista, e nem do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), que chamou os deputados para dizer que a orientação do partido é ser da base do governo.
O medo é perder os espaços na gestão brandonista e inviabilizar a futura ascensão de Camarão como governador em 2026.
Entretanto, Othelino não se intimidou e deve seguir como opositor do Palácio dos Leões na Assembleia Legislativa. Ele emplacou a irmã, Flávia Alves, como presidente estadual do Solidariedade no Maranhão.
O partido foi o responsável por entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adi) questionando dispositivos da Constituição estadual e do Regimento Interno da Casa Legislativa nos quais regulamentam a escolha para conselheiro do TCE.
O relator da Ação é o ministro Flávio Dino, que já decidiu pela suspensão do processo da Alema (reveja AQUI).
A decisão, que vai contra o interesse do governador, abriu rachaduras na relação com deputados ligados à Dino.