Políticas de combate à insegurança alimentar são debatidas no programa ‘Contraplano’, da TV Assembleia

Participaram a secretária adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional, Lourvídia Serrão; o coordenador nacional do MST, Elias Araújo; e o economista e doutor em Políticas Públicas, Ribamar Sá

Um levantamento feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional mostrou que 33 milhões de brasileiros passaram fome no ano passado. Políticas de combate a fome no Maranhão, foi o assunto debatido no programa ‘Contraplano’ desta terça-feira (4), na TV Assembleia. Os convidados foram a secretária adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional, Lourvídia Serrão; o coordenador nacional do Movimento Sem Terra (MST), Elias Araújo; e o economista e doutor em Políticas Públicas, Ribamar Sá.

De acordo com Lourvídia Serrão, a falta de acesso regular à alimentação adequada por grande parte dos brasileiros é um dos principais desafios enfrentados pela sociedade. “Voltamos a figurar no cenário do Mapa da Fome a partir de 2015, obtendo um especial agravamento ao longo da pandemia que afetou o mundo todo por dois anos a partir de 2020”.

Ainda de acordo com a secretária adjunta, isso se dá devido à destituição de políticas públicas de erradicação da pobreza e miséria que impactaram diretamente o cenário atual. “Não dá para atribuir a fome só à Covid, pois se tivéssemos uma rede de proteção social em funcionamento, não teríamos um quadro tão complicado quanto o que estamos vivendo”, afirmou.

Apresentador Fábio Cabral com a secretária adjunta Lourvídia Serrão; o coordenador nacional do MST, Elias Araújo; e o doutor em Políticas Públicas, Ribamar Sá

Levantamento

No mesmo sentido, Elias Araújo afirmou que a fome crônica atingiu, no país, 4,1% e, pelo levantamento, a situação é mais grave do que a média global. “A pandemia não é a maior culpada pelo Brasil estar de volta a esses números extremamente altos de pessoas com fome. O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo”, assinalou.

Além disso, Elias Araújo observou que a população precisa do apoio de políticas públicas para ser incluída na sociedade. O coordenador nacional do MST também defendeu a agricultura familiar.

“Fazer com que as pessoas possam produzir, possam participar, colocar pequenos negócios, possam ter hoje uma formação educacional e profissional diferenciadas”, enfatizou.

Investimento

Já Ribamar Sá defendeu a política de controle social como estratégia de combate à fome. “Trago aqui o debate sobre a utilização da fome como instrumento político e econômico. Destaco a urgência de políticas públicas que assegurem o direito humano básico à alimentação. Para isso, é necessário investir na produção de alimentos e a geração de renda para a população mais pobre”, destacou.

O professor afirmou, ainda, que o combate à fome é uma tarefa de todos. “Temos que gerar um esquema de diminuir riscos. Como? Se as políticas públicas estão dirigidas a fomentar a criação de empregos que gerem renda para as famílias, uma grande tarefa é investir para criar empregos e gerar estabilidade econômica na sociedade”, ressaltou.

O programa ‘Contraplano’ é apresentado pelo jornalista Fábio Cabral e é exibido todas as terças-feiras, às 15h, pela TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, canal 17; e Sky, canal 309).

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