O oxigênio necessário para sobrevivência dentro do submersível Titan, que desapareceu no Oceano Atlântico em uma expedição ao Titanic, deve acabar nesta quinta-feira, 22. A embarcação, que pesa 10.432 kg e pode atingir a profundidade de 4.000 metros, tem suporte de vida de até 96 horas para cinco pessoas. Até o momento, foram divulgados por familiares os nomes de quatro pessoas a bordo do submarino: Hamish Harding, Paul-Henry Nargeolet, Shahzada Dawood e Sulaiman Dawood. A Guarda Costeira dos Estados Unidos “prevê que eles têm entre 70 e 96 horas”, disse o contra-almirante John Mauger durante entrevista coletiva. Ele é o responsável por liderar a operação de busca e salvamento.
Segundo Mauge, as buscas são complexas porque eles procuram a embarcação tanto debaixo d’água quanto na superfície. Nesta terça-feira, 20, foi lançado outro submarino para a área do Oceano Atlântico. A Guarda Costeira americana e as Forças Armadas do Canadá estão envolvidas na busca e salvamento do Titan, da empresa de turismoOceanGate Expeditions. Rebocado pelo navio Polar Prince, o Titan tinha partido da cidade de St John’s na sexta-feira, 16, para o local do naufrágio do Titanic, segundo a imprensa canadense. O alarme foi acionado quando o submersível não deu sinais na noite de domingo, 18, duas horas depois do momento em que deveria ter voltado à superfície.
O que é um submersível?
Um submersível é uma espécie de submarino, porém de mobilidade reduzida e com uma capacidade limitada para permanecer debaixo d’água. Esses veículos comportam uma tripulação pequena e são conduzidos remotamente. São utilizados normalmente para a pesquisa científica e exploração do fundo do mar. O submersível Titan é utilizado para levar turistas até o local do naufrágio do Titanic. Ele tem o formato de um tubo estreito, com uma escotilha de entrada na parte frontal. Mede 6,7 metros de comprimento e 2,8 metros de largura. Sua velocidade máxima é de três nós, ou seja, 5,5 km por hora. Ele pode descer até 4.000 metros, segundo a OceanGate, bem próximo aos 3.800 metros onde se encontra o Titanic. Stefan Williams, especialista em robótica submarina da Universidade de Sidney, afirmou que a pressão nessas profundidades é “implacável”. “A cada 10 metros de descida no mar, a pressão da atmosfera aumenta”, explicou. Isso significa que na profundidade do Titanic a pressão é 380 vezes superior à da superfície da Terra.
O que pode ter acontecido com o Titan?
Segundo o especialista, na melhor das hipóteses, o Titan perdeu a capacidade de comunicação ou ficou sem energia. Nesse caso, seu sistema de emergência o lançaria automaticamente até a superfície, o que permite a localização da nave. O segundo cenário é que o submarino desceu até o fundo do mar intacto. Encontrar e resgatar o Titan nesse caso seria extremamente complicado. De acordo com Williams, há veículos de resgate capazes de descer até 6.000 metros de profundidade, mas leva tempo para transportá-los até o local do desaparecimento e depois ao fundo do mar. O pior cenário seria um incêndio ou algum tipo de acidente que afetou a pressão interna do veículo. Isso seria “uma falha catastrófica a esse nível de profundidade”, disse.