Nos EUA, surto incomum do ‘vírus do Nilo’ causa ao menos cinco mortes

Nos EUA, surto incomum do ‘vírus do Nilo’ causa ao menos cinco mortes

Ao menos cinco mortes pelo vírus do Nilo e mais de uma centena de infecções foram relatadas pelas autoridades sanitárias do Colorado, nos Estados Unidos, devido a um surto sem precedentes da doença no estado. As chuvas incomuns nos últimos três meses e os dias de altas temperaturas recordes criaram circunstâncias ideais para a reprodução de mosquitos, incluindo portadores do vírus do Nilo Ocidental, segundo as autoridades. Especialistas em epidemiologia do Departamento de Saúde e Meio Ambiente do Colorado (CDPHE, na sigla em inglês) apontaram que o número de mosquitos infectados com o vírus, bem como a distribuição geográfica desses mosquitos, é “o mais alto” registrado em décadas pelas autoridades de saúde locais. “As tendências que estamos vendo nos dados que estamos rastreando sobre o vírus do Nilo Ocidental não têm precedentes”, disse em um comunicado Rachel Herlihy, epidemiologista do CDPHE, observando que setembro é geralmente o mês com o maior número de infecções humanas no Colorado. No início de agosto, o CDPHE havia confirmado 12 infecções humanas em oito condados no norte e na área de Denver, caracterizando a situação como “atípica”, uma vez que o estado detecta normalmente menos de dez casos nessa época do ano.

Os dados mais recentes, do último dia 25, reportam 103 contágios no Colorado, o segundo número mais alto do país depois do Texas (130), e superando a Califórnia (96) e Nebraska (69). No Colorado, algumas cidades e condados reativaram seus programas de pulverização que normalmente acontecem em maio. O aumento no número de mosquitos da espécie Culex, que têm maior probabilidade de transmitir o vírus do Nilo Ocidental, tem sido surpreendente, disse à imprensa local Shawn Hollister, do Departamento de Saúde do Condado de Boulder. Porém, nem todos concordam com a pulverização, ressaltando que os inseticidas matam não apenas os mosquitos, mas também as abelhas e outros insetos. Como resposta, os residentes da cidade de Longmont, no norte do Colorado, iniciaram uma campanha educativa sobre os benefícios da fumigação e sobre os efeitos a longo prazo do vírus do Nilo Ocidental. Os Centros de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) indicaram na última sexta-feira que estão monitorando a situação porque os mesmos mosquitos que transmitem o vírus do Nilo também podem transmitir outras doenças, incluindo dengue e malária, ambas detectadas este ano nos Estados Unidos, com nove casos de malária e 642 de dengue.

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