A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi absolvida pela Justiça na última segunda-feira, 5, de uma acusação de lavagem de dinheiro. Segundo entendimento do juiz Sebastián Casanello, há ausência de pedidos acusatórios por parte dos promotores que cuidavam do processo. Sobre a ação, Cristina foi acusada de um suposto envolvimento num esquema nomeado como “a rota do dinheiro K”. Aberta há mais de uma decada, a investigação tem como foco principal a atuação do empresário Lázaro Báes, condenado a 10 anos de prisão. “Diante do pedido do acusador e titular da ação penal de arquivamento –acompanhado do restante dos órgãos estatais–, a tarefa do juiz se limita a examinar os requisitos razoabilidade e legalidade da petição”, pontuou Casanello em sua decisão após acartar o pedido do procurador Guillermo Marijuan – este sustentou a tese que não havia elementos para relacionar Kirchner como coautora ou participante do esquema ilegal financeiro.
Mesmo com a vitória parcial, Cristina ainda continua investigada pela “rota do dinheiro K” em outros processos. Em dezembro, a vice-presidente foi condenada a seis anos de prisão pelo Tribunal Federal 2 de Buenos Aires, sob acusação de ter sido chefe de uma organização criminosa para desviar dinheiro do Estado quando estava no comando do país, de 2007 a 2015. As investigações sustentam que a administração Kirchner, que comandou o país de 2003 a 2015 entre os mandatos de Nestor e Cristina, favoreceram o empresário Baes em obras públicas na província de Santa Cruz. Isso porque Baez venceu 80% das licitações na região, com 51 licitações que somavam 46 bilhões de pesos – equivalente a quase US$ 1 bilhão. Kirchner nega as acusações e afirma ser vítima de perseguição política, denuncia que vem sendo sustentada pela vice-presidente desde 2019 quando começaram a ser realizados os julgamentos. Apesar da condenação, ela não vai ser presa porque tem foro privilegiado e ainda pode se candidatar a um terceiro mandato, caminho que Cristina pontuou que não seguirá.