O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques depôs nesta quinta-feira, 10, à Polícia Federal, um dia depois de ter sido preso em operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Silvinei é suspeito de ter mobilizado o aparato da PRF para prejudicar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva durante o segundo turno das eleições, em 30 de outubro do ano passado. Naquele dia, a Polícia Rodoviária realizou diversos bloqueios de trânsito em todo o Brasil, mas principalmente no Norte e no Nordeste, onde, de acordo com as pesquisas, o petista tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL). À PF, Vasques negou que tenha agido para prejudicar Lula. Segundo ele, a intenção das blitze da PRF era coibir a compra de votos.
O depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, durou mais de duas horas. Silvinei Vasques chegou ao Distrito Federal ontem, após ser preso em Florianópolis no âmbito da Operação Constituição Cidadã. A PF deflagrou a investigação após denúncia de Clébson Vieira, ex-analista de inteligência do Ministério da Justiça. Ele estranhou o pedido de levantamento dos locais onde Lula havia conquistado votação expressiva no primeiro turno. Após a oitiva, o ex-diretor da PRF seguiu para a Papuda, onde cumprirá prisão preventiva. Moraes justificou em sua decisão que Silvinei ainda exerce grande influência sobre os agentes da PRF e, por isso, deve permanecer detido. Nesta quinta, Lucas Furtado, subprocurador-geral do Ministério Público Federal, pediu a suspensão da aposentadoria de Vasques. Segundo o MPF, ele solicitou o benefício em dezembro, quando já corriam contra ele diversos processos administrativos.
*Com informações do repórter André Anelli