A caderneta de poupança, aplicação preferida dos brasileiros, teve resultados positivos desde setembro de 2022 e, em junho, atingiu a maior rentabilidade desde agosto de 2017, com 5,22% de rendimento real acima da inflação no período de 12 meses, como informou o levantamento realizado pelo Trademap. A modalidade de investimento sempre teve como parâmetro a manutenção do poder de compra do dinheiro depositado, além de ser prática, de fácil acesso, se assemelhar a uma conta corrente e não ter imposto de renda sobre o lucro e nem incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O risco é baixo mas, como explicou o educador financeiro Rodrigo Cohen, em entrevista à Jovem Pan News, o rendimento também é baixo. “A poupança, de certa forma, foi bastante útil para o brasileiro quando o mercado financeiro ainda não era muito desenvolvido. Realmente a poupança servia como uma forma de você acumular, pelo menos, um patrimônio e ir crescendo. Sempre que sobrava, colocava o dinheiro na poupança.”
Para o especialista, apesar do aumento na rentabilidade, a poupança ainda não passou a ser atrativa e segue com rendimento limitado. “A rentabilidade é a mesma do mês passado, mesma do mês retrasado, mesma do início do ano e a mesma do ano passado. Na verdade, a rentabilidade aumentou porque a inflação caiu. Ou seja, os preços diminuíram e com isso a gente tem uma rentabilidade real maior na poupança.” Quando a taxa básica de juros (Selic) ultrapassa o patamar de 8,5% ao ano, como no atual momento, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês somado à variação da Taxa Referencial, que se refere à média ponderada dos títulos públicos prefixados. O aumento do rendimento real da poupança é fruto da combinação da Selic elevada, em 13,75%, e a inflação em queda. Hoje, o rendimento da poupança está em torno de 0,7% ao mês.
No entendimento de Rodrigo Cohen, ainda que a rentabilidade real da poupança tenha trazido um retorno positivo e acima da inflação, existem opções no mercado com grau de segurança parecido e que oferecem rendimentos maiores. “Existem investimentos como o Tesouro Selic e como o próprio CDB do banco (…) Vale a pena ir no gerente do banco ou da corretora de investimentos, levar uma pessoa da sua família que entenda mais disso, e fazer a consulta.” Segundo o educador financeiro, o primeiro passo para começar a investir é identificar o seu perfil. Depois, é necessário adequar os investimentos à sua fase de vida, determinar se vai precisar do dinheiro a curto ou longo prazo e fazer aportes mensais.