Neymar concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira, 7, véspera do confronto da seleção brasileira contra a Bolívia, em Belém, no Pará, pela rodada de abertura das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo 2026. Convocado pelo treinador Fernando Diniz, o camisa 10 precisou responder sobre sua questão física. Sem jogar uma partida oficial desde fevereiro, o craque ainda viu seu técnico no Al-Hilal, o português Jorge Jesus, dizer que ele não deveria ser chamado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) porque estava lesionado. Apesar da polêmica, o jogador saiu em defesa do comandante e explicou como está seu condicionamento. “Não estou 100%, mas estou bem para jogar. Não levo as palavras do Jorge Jesus na época como maldade. Eu já ia para o último jogo (Al Hilal x Al Ittihad), mas recebi uma pancada no treino e ele mesmo faz a opção por me preservar. Não tem mistério, jogar futebol independente do tempo que fique parado, sempre vai saber jogar futebol. É que nem andar de bicicleta”, comentou.
Fora a questão física, Neymar também poderia não ser convocado para esta Data Fifa por sua própria opção. Em dezembro do ano passado, logo após a eliminação do Brasil na Copa do Mundo, diante da Croácia, o atacante cogitou se aposentar da seleção. Segundo o jogador, algumas conversas com familiares e amigos fizeram com que ele desistisse desta ideia e continuasse sonhando com um título mundial. “Você já saiu de casa? Sentiu saudade? Eu também. É óbvio que quando você está pensando na derrota e no calor do momento, é triste. São 13 anos de seleção… Uma hora vai acabar. Naquele momento, era algo que passava na minha cabeça. Não estava fazendo joguinho. Sempre sou muito direto. Se eu estiver em dúvida, eu vou falar. Foi o que aconteceu. Fiquei na dúvida, mas depois de conversar com familiares e amigos, acabei valorizando todo esforço que é chegar até aqui”, declarou o atleta, que só ganhou a Copa das Confederações de 2013 com a equipe principal da Canarinho.
Ao longo da conversa com a imprensa, Neymar também falou sobre suas primeiros impressões com Fernando Diniz. Além de exaltar o trabalho de seu comandante, o camisa 10 destacou a “mentalidade” do treinador. “Eu acho que o trabalho dele pode ser diferencial para ganhar, sim. É um cara que faz um trabalho completamente diferente de tudo que já presenciei. É um outro tipo de futebol. Ele tem uma mentalidade muito diferente dos treinadores que eu já tive. Ele gosta de reinventar o futebol, ele gosta de te dar opções. É um cara muito interessante. É completamente diferente, mas muito prazeroso. Vai ser importante aprender uma coisa nova”, declarou. “Eu conheço o Diniz há pouco tempo. Ele é muito diferente porque se preocupa muito com o jogador. Ele se preocupa não só dentro do campo, mas fora também. Ele já falou para a gente que o importante é estar feliz. Ele se preocupa muito com o ser humano. São detalhes que parecem não fazer a diferença, mas fazem. Ele vai nos ajudar muito”, acrescentou.
Como não poderia ser diferente, Neymar foi questionado também sobre o nível técnico da Liga Saudita. Novo reforço do Al-Hilal, o atacante garantiu que continuará preparado mesmo sem atuar na Europa. “Cara, eu te garanto que o futebol lá é o mesmo. A bola é redonda, tem gol…. Pelos nomes que foram para a Liga Saudita, eu não sei se é melhor que o Francês, viu? O importante é minha cabeça estar boa e eu me sentir bem. Eu sei me cuidar, sei do que preciso para estar em condição de jogo. Não tem muito segredo. O treinamento lá é intenso e a minha sede de ganhar é grande. Não muda muito. Todo mundo fala que o Campeonato Francês era fácil… Foi o lugar que eu mais apanhei na minha vida. Então, não tem o que falar sobre isso. Só quem joga sabe que é difícil. Não vai ser fácil ganhar o Campeonato Saudita. Vai ser uma liga muito interessante.”