Ao menos 103 pessoas morreram e 170 ficaram feridas, algumas em estado crítico, nesta quarta-feira, 3, em uma dupla explosão no cemitério da cidade de Kerman, no centro do Irã, onde acontecia uma cerimônia de homenagem ao quarto aniversário do assassinato do tenente-general Qassem Soleimani, infromou a ‘Al Jazeera’. As fontes citadas por estes meios de comunicação afirmaram que entre os mortos há seis crianças e que pelo menos uma dezena de feridos estão em estado crítico. As explosões ocorreram perto da mesquita Saheb al Zaman, onde se encontra o túmulo de Soleimani. A agência de notícias iraniana ‘Tasnim’ afirmou que duas bolsas com bombas explodiram. “Os autores (…) aparentemente detonaram as bombas por controle remoto”. As autoridades da província de Kerman afirmaram que as explosões constituem um ato terrorista e ativaram medidas de emergência nos hospitais para receber os feridos, segundo a agência de notícias “Tasnim”, semioficial e vinculada à Guarda Revolucionária do Irã. De acordo com a agência oficial ‘Irna’, o Crescente Vermelho em Kerman transferiu até agora para os hospitais centenas de feridos que estavam no cemitério, onde milhares de pessoas se reuniram hoje para lembrar o aniversário da morte de Soleimani, considerado um mártir da revolução no Irã e que morreu em 2020 em um ataque com drone dos Estados Unidos em Bagdá.
A “Irna” detalhou ainda que a primeira explosão ocorreu a cerca de 700 metros do túmulo de Soleimani e a segunda a um quilômetro de distância. As bombas explodiram em um momento de tensão no Oriente Médio, um dia após o número dois do Hamas, Saleh al Aruri, aliado do Irã, morrer em um ataque com drone em Beirute, que as autoridades libanesas atribuíram a Israel. A multidão lembrava o quarto aniversário da morte de Soleimani, assassinado aos 62 anos em um ataque em 2020 realizado com um drone americano nos arredores do aeroporto de Bagdá. O general, encarregado das operações exteriores dos Guardiães da Revolução — o exército ideológico do Irã — foi o arquiteto das operações militares iranianas no Oriente Médio. Após participar na guerra Irã-Iraque (1980-1988), chegou rapidamente até converter-se em chefe da Força Quds, responsável pelas operações exteriores da República Islâmica. Era uma das personalidade públicas mais populares do país. Após sua morte em 2020, o aiatolá Ali Khamenei, guia supremo do Irã, decretou três dias de luto nacional.