Agência climática dos EUA atualizou previsões para o fenômeno
A agência climática dos Estados Unidos (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, NOAA, na sigla em inglês) atualizou a previsão de ocorrência do El Niño em relatório publicado nesta quinta-feira. As chances do fenômeno incidir sobre a safra de verão brasileira superam 90%. Um evento que se torne “historicamente forte”, ou seja, um Super El Niño tem uma chance de aproximadamente 1 em 5, segundo a NOAA. Quando as temperaturas das águas do Oceano Pacífico Equatorial superam os 2ºC, é possível concluir que trata-se de um Super El Niño. Nos últimos 50 anos, tivemos três “Super El Niños”, o mais forte foi em 2015, revela a consultoria agrícola Datagro.
O agronegócio é fortemente impactado por mudanças nos fenômenos climáticos, como El Niño e La Niña, por exemplo, pelo potencial que ambos têm de alterar o regime de chuvas e impactar na produção agrícola brasileira. O El Niño tradicionalmente aumenta o volume de chuva em áreas do Sul e diminui em parte do Centro-Norte. O alerta é para o caso da configuração de um fenômeno de alta intensidade aumentar a gravidade de enchentes ou falta de chuvas. Os principais modelos de previsões usados pela consultoria Pátria Agronegócio colocam a projeção de uma anomalia de até +2,8ºC, ou seja, o que configura um Super El Niño. Entre os efeitos previstos pela empresa para a safra brasileira, estão: (1) antecipação da chegada das chuvas plantadeiras para a safra verão; (2) falta de chuva no Centro, Norte e Nordeste no verão; (3) antecipação do fim das chuvas no Centro-Norte do país, que tradicionalmente ocorre no início de maio poderia ser antes.