Em meio a preparação de alguns argentinos para o 20D, aniversário dos protestos violentos de 20 de dezembro de 2001, que terminaram com 39 mortes e a renúncia do falecido ex-presidente Fernando de la Rúa (1999-2001), em um contexto semelhante ao atual de alta inflação e pobreza, o governo de Javier Milei anunciou nesta terça-feira, 19, que foi criada uma linha telefônica para denunciar líderes sociais que “ameacem beneficiários de planos sociais para forçá-los a protestar”. “A linha 134 estará aberta para qualquer pessoa que se sinta ameaçada por qualquer dirigente, intermediário ou líder político”, confirmou o porta-voz em entrevista coletiva dia a dia na Casa Rosada. A medida foi anunciada pelo Ministério do Capital Humano na segunda-feira, e procura auditar as organizações sociais para garantir que elas repassem planos sociais com o objetivo de eliminar a intermediação na concessão dessa ajuda paga pelo Estado aos setores vulneráveis e desempregados.
“Não acreditem e telefonem (para o 134), temos uma equipe pronta para atender todo e qualquer caso. O plano não será cortado, permanecerão em suas casas, é claro que é um direito constitucional se manifestar, fazer-se dentro da lei e respeitar o protocolo de resolução do ministério da Segurança, Patrícia Bullrich”, acrescentou Adorni. Na segunda-feira, ministra Sandra Pettovello publicou a seguinte mensagem em sua conta no X (antigo Twitter): “Só quem não vai receber pelo plano é quem vai à passeada e bloqueia a rua: quem bloqueia não receber”, escreveu, se referindo a anualação do cadastro daqueles que são beneficíários de programas sociais e participam de manifestações contra o governo. A identificação das pessoas srá feita a partir de câmeras de reconhecimento facial espalhadas pela cidade de Barcelona.
O porta-voz explicou que “a decisão foi tomada e a lei será cumprida”, reiterando que qualquer pessoa que se manifestar fora do protocolo ‘antipiquete’ será identificado e perderá a assistência do Estado. O protocolo estabelece que os protestos só podem ocorrer nas calçadas, aqueles que fecham as ruas serão punidos, bem como aqueles que fazem, organizam, instigam ou são “cúmplices”. As forças de segurança envolvidas na operação terão permissão para portar armas de fogo, também farão o registro das organizações envolvidas, proibirão protestos com rostos cobertos ou que tragam crianças, além de que a Migração será notificada se os participantes forem estrangeiros com residência temporária. “Não queremos que o tráfego seja interrompido na Argentina, não apenas na 9 de Julio (via principal de Buenos Aires), mas também no resto do país. A livre circulação deve ser garantida”, insistiu a porta-voz da presidência. As manifestações de 20 de dezembro, convocadas pela Unidad Pequetera, é contra o pacote de medidas econômicas anunciadas pelo governo de Milei.