A Eve (Eve Air Mobility), empresa das aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL) da Embraer, anunciou nova parceria com a DHL Supply Chain, líder global em armazenagem e distribuição. As duas empresas se uniram para um primeiro estudo das principais demandas e características da cadeia de suprimentos para o eVTOL começar a operar. A união se deu por meio da assinatura de um memorando de entendimento. A DHL ficará responsável no apoio de logística de peças e de manutenção. Assim, a análise que será feita entre as duas empresas visa entender formas de reposição de insumos para operadores e oficinas, com foco principalmente para as baterias e suas particularidades de transporte, armazenamento e descarte.
O ESG (governança ambiental, social e corporativa) tem sido pauta na frente de negócio. “Temos como premissa reduzir o impacto ambiental da cadeia de suprimentos em linha com nossa proposta de oferecer produtos e serviços mais sustentáveis”, de acordo com Luiz Mauad, vice-presidente de serviços e operações de frotas da Eve. Já há intenção de compra de 2.850 aeronaves por diferentes empresas de avião e helicópteros. O eVTOL é considerado um novo modelo de locomoção. A estimativa é que até 2035 sejam cerca de 450 aeronaves e mais de 8,2 milhões de passageiros anualmente em São Paulo, abrindo possibilidades de melhora na mobilidade urbana. Ainda estuda-se leis e regulamentações no Rio de Janeiro que podem ser modificadas e até criadas para a liberação de voo. A Eve aguarda também certificação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para início dos voos dos veículos, que tem previsão de chegar no mercado nacional em 2026.
Estrutura do eVTOL
O carro voador comporta quatro passageiros e mais um piloto. A autonomia é estimada em 100 km/h. Dentro das avaliações feitas, existe a possibilidade de um futuro voo não tripulado. “Não necessariamente será sem um piloto. Pode ter um profissional em solo. Mas ainda sim estão sendo discutidas essas regulamentações sobre qualificação do piloto”, explica André Stein, co-CEO da empresa de eVTOLs criada pela Embraer. Mesmo que o equipamento voador proporcione autonomia e ajude na mobilidade e trânsito de grandes capitais, não é esperado que seja um veículo usado diariamente. “O carro voador não deve estacionar na garagem. O eVTOL está sendo desenvolvido para caber em helipontos já existentes, mas novos espaços de pousos estão sendo estudados em função da demanda”, completa Stein.
Cada veículo tem um custo estimado em torno de US$ 3 milhões. Mas cabe ao operador oferecer o preço de passagem condizente e viável. O valor do assento para um determinado trecho pode custar de 1,5 vez a 2 vezes mais que um valor de um transporte de aplicativo, por exemplo. Em junho desse ano, a Eve já tinha anunciado outras empresas que fornecerão equipamentos. Um primeiro protótipo da asa do carro voador também foi divulgado. Já no último mês, a empresa informou que a fábrica ficará localizada na cidade de Taubaté, no interior de São Paulo.